quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Informática e Educação Matemática

Ainda discutindo o uso da informática na matemática, recomendo a leitura do livro "Informática e Educação Matemática", de Marcelo de Carvalho Borba e Miriam Godoy Penteado (Link para comprar o livro aqui). Neste livro eles falam sobre os conceitos comentados

Informática como mídia de ensino: Ao utilizar a tecnologia de uma forma que estimule a formulação de conjecturas e a coordenação de diversas representações de um conceito é possível que novos aspectos de um tema tão "estável", como funções quadráticas, apareçam em uma sala de aula de não especialistas de matemática. (Página 36)
Ela é uma nova extensão de memória, com diferenças qualitativas em relação às outras tecnologias da inteligência e permite que a linearidade de raciocínios seja desafiada por modos de pensar, baseados na simulação, na experimentação, e em uma "nova linguagem" que envolve escrita, oralidade, imagens e comunicação instantânea (...) Mais ainda, entendemos que conhecimento só é produzido com uma determinada mídia, ou com uma tecnologia da inteligência.(Página 46)

Reorganização do pensamento: Entendemos que não há apenas uma justaposição entre técnica e seres humanos, como se a primeira apenas se juntasse aos últimos. Há uma interação ente humanos e não humanos de uma forma que aquilo que é um problema com uma determinada tecnologia passa a ser uma mera questão na presença de outra. (Página 47)

Coletivo pensante: É por isso que adotamos uma perspectiva teórica que se apoia na noção de que o conhecimento é produzido por um coletivo formado por seres-humanos-com-mídias, ou seres-humanos-com-tecnologias e não, como sugerem outras teorias, por seres humanos solitários ou coletivos formados apenas por seres humanos. (Página 46)

Sabemos que o trabalho individual contribui para que os professores não saiam da zona de conforto. O trabalho individual estimula a estagnação. É o pensar e agir coletivo que poderão impulsionar e manter o professor numa zona de risco de forma que ele possa usufruir o seu potencial de desenvolvimento. Acreditamos que o engajamento de professores em redes de trabalho é uma possibilidade de expandir essa forma de agir e pensar e consequentemente provocar mudanças na educação escolar. (Página 68)

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Informática, uma mídia de ensino da matemática

Nos últimos anos, com o avanço das tecnologias, vemos diversos setores reavaliando, alterando e criando novos processos para se valer de forma mais eficiente deste avanço. A escola pouco avança neste aspecto. Por conseqüência, não explora as possibilidades de aprendizado que a informática oferece.

Muitos professores alegam que a informática diminui as etapas do processo de construção do conhecimento. Porém, usada de forma apropriada, a informática permite a construção de conhecimentos novos. Isso é possível quando usamos um recurso de informática não somente como um facilitador, mas de forma que, a partir de sua execução, possamos, por exemplo, simplificar processos repetitivos e mecânicos e desta forma ir além do usual e fazer uma análise mais completa do problema.

Não devemos, entretanto, abandonar as outras mídias de ensino, como a escrita. A informática oferece novos caminhos, porém nem sempre a informática é o melhor caminho. A informática é defendida como mídia de ensino, deve ser mais que uma ferramenta, que facilita alguns processos. A intenção é tornar a informática um sujeito ativo na educação. Os alunos devem interagir com os computadores e a partir daí analisar os processos e construir o conhecimento.

A informática permite a quebra de paradigmas. É este seu objetivo. Através da possibilidade de explorar e experimentar situações surge uma nova organização do pensamento. Estas novas relações permitidas pelo uso da informática, além de aguçar a curiosidade dos alunos, traz a estes alunos um conhecimento mais completo, pois eles participaram de forma importante da construção deste conhecimento.

Pelas características investigativas do uso da informática, é importante que o professor saiba bem o objetivo que deseja atingir. A possibilidade de dispersão dos alunos é algo que deve ser levado em consideração, portanto o professor deve estar sempre atento para direcionar as atividades para o fim desejado. Estudos mostram a importância de os professores conversarem entre si para trocarem experiências e aperfeiçoarem suas práticas. Muito importante também é a interação entre os alunos neste processo de investigação, pois o compartilhamento de teses permite que eles tenham uma maior compreensão da situação e apreendam mais informações destas atividades. Nestas atividades o pensamento coletivo permite resultados mais grandiosos.


Com o intuito de exemplificar o que disse sobre a informática como mídia de ensino, proponho analisarmos a utilidade dos recursos de informática que usei neste blog até aqui. Desde já podemos creditar a existência deste blog à informática.

O importante no uso da informática no ensino é usá-la de modo adequado. Veja que no post sobre as séries de McLaurin o software winplot foi utilizado apenas para ilustrar a teoria. Nada de novo foi acrescentado neste estudo. O professor poderia usar este recurso apenas para chamar a atenção dos alunos, mas neste caso a informática é apenas uma ferramenta.

No post sobre o efeito dos coeficientes de uma função seno além de ilustrar os gráficos, pudemos analisar o efeito da variação dos coeficientes. O software agilizou o trabalho mecânico de elaboração de gráficos, mas não chegamos a nenhum novo conceito.

Já no post sobre as parábolas, além de o software agilizar o processo de elaboração das parábolas, conseguimos ir além da simples análise das parábolas. Conseguimos elaborar um teorema. Fomos além do trivial.

Veja que em cada uma das situações o envolvimento da informática foi diferente. Na primeira o recurso informático foi usado apenas para ilustrar, na segunda agilizou o processo mecânico e no terceiro houve uma participação ativa do programa. Cabe ao professor direcionar o uso da informática.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Geogebra passo-a-passo

          Hoje eu vou refazer o exercício da semana passada, mas com mais detalhes e com imagens para que fique mais fácil de compreender e mostrar como é intuitivo e dinâmico trabalhar com o Geogebra.
          Abra o Geogebra e clique no segundo botão. Clique cinco vezes em locais diferentes no plano cartesiano.
Inserindo os pontos
          Em seguida dê um clique duplo sobre cada um das coordenadas dos pontos para editarmos a posição destes pontos para posteriormente formarmos as nossas retas paralelas. Um dos cinco pontos não precisa ser editado agora.
Definindo coordenadas. A=(2,1) B=(6,1) D=(2,4) E=(6,4)
          Clique agora no terceiro botão, e selecione os dois pontos no plano cartesiano conforme a figura para definirmos a reta.
Clique nos pontos D e E para definir a reta
          Clique na seta no canto inferior direito do terceiro botão e selecione a segunda opção e clique nos dois pontos conforme a figura para formarmos nosso segmento.
Os pontos A e B definem o segmento de reta
          Veja a esquerda no grupo dos Objetos Dependentes que a reta que criamos é representada pela letra a. Agora iremos editar a coordenada do ponto que deixamos esquecido. Dê dois cliques na coordenada de e escreva na coordenada = Ponto[a], que representa que o ponto está sobre a reta a.
Editando o ponto C. C=Ponto[a]
          Agora é a hora de criarmos nosso triângulo. Clique no botão em que há a figura de um triângulo e clique nos pontos que limitam o segmento de reta e o ponto que colocamos sobre a reta a. O primeiro ponto clicado deve ser clicado novamente para fechar o triângulo, pois a função do botão não é formar apenas triângulos, mas sim polígonos de tantos vértices quanto possível.
Gerando o Triângulo
          Para a tela ficar mais limpa, vamos ocultar os nomes e pontos que não são relevantes para o exercício. Para ocultar um item, clique no circulo que antecede a sua descrição no quadro de objetos. Para ocultar um nome clique com o botão direito sobre o item e clique em Exibir Rótulo.
Ocultando objetos
          Agora é importante que fixemos o que não queremos que seja movido. No caso o polígono e a reta que contém o ponto que iremos deslocar. Para tanto, clique no objeto a ser fixado com o botão direito e vá em propriedades. Em propriedades marque a caixa Fixar Objeto e feche a janela. Faça este procedimento para a reta e para o triângulo.
Fixando Objetos
          Agora somente o ponto C pode se mover. Vamos agora exibir a área do triângulo. Clique na seta do botão onde aparece um ângulo e selecione a opção área e clique no triângulo.
Exibindo a área
          Pronto. Simples e intuitivo, não?
          Como eu disse na semana passada, como o Geogebra é baseado na linguagem java, ele nos permite reproduzir o trabalho que criamos. São os chamados applets, que podem ser salvos como página da web, e também inseridos em outras páginas. Para criar um applet e inseri-lo em alguma página como um blog, primeiro devemos clicar na guia arquivo, em seguida em explortar e finalmente em Planilha Dinâmica como Páginda da WEB (html).
Criando o applet
          Na janela que abrir, clique na guia Avançado e certifique-se que no canto inferior direito esteja na caixa de diálogo a opção Área de Transferência: Google Gadget. As demais opções são opcionais, conforme quais funções desejar que esteja disponível no seu applet. Clique no botão Área de Transferência.
Selecionando funções
          Agora abra um editor de texto e cole o conteúdo que foi copiado para área de transferência. Selecione o texto que vai de <applet até </applet>.
Copiar o texto de <applet...
até </applet>
          Copie este texto e cole no editor html de seu blog. Para que o applet abra, o java deve estar instalado no computador. Está criado o seu applet.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Utilizando o Geogebra

         Neste post iremos conhecer algumas das funções do Geogebra.
         Como disse na semana passada, o Geogebra é uma ferramenta interessante pois nos permite verificar de imediato qualquer alteração que fazemos no nosso programa.
         Para demonstrar este dinamismo, irei construir passo a passo um programa que verifica a área de um triângulo. Neste programa construiremos um segmento de reta que será um dos lados de um triângulo e em seguida traçaremos uma reta paralela a este segmento, onde o terceiro vértice deste triângulo estará contido.
          O Geogebra nos permite construir vários objetos de maneira simples e intuitiva através dos botões que ele apresenta acima da janela do plano cartesiano. O primeiro passo é clicar no segundo destes botões (note que há uma seta apontando para baixo em cada um destes botões. Clicando nela irá abrir uma janela exibindo as funções que este botão pode executar). Clique cinco vezes em diferentes partes da janela do plano cartesiano. Irá aparecer 5 pontos na tela. Clique então no primeiro botão, na função onde aparece uma seta de mouse (Mover).
          Ao lado da janela do plano cartesiano apareceram agora as coordenadas dos 5 pontos que criamos. Dê dois cliques nas coordenadas do ponto A e edite para a coordenada desejada. No nosso exemplo coloquei as coordenadas (2,1). Faça o mesmo para B, (6,1). Para D (2,4) e E (6,4). Deixe o C de lado por enquanto.
          Clique agora na seta do terceiro botão e escolha a opção Reta definida por Dois Pontos. Clique primeiro no ponto D e depois em E. Mais uma vez clique no primeiro botão (Mover) e clique com o botão direito do mouse em C. Vá em propriedades e no campo Definição apague a coordenada que aparecer e digite Ponto[a] (isto vai definir C como um ponto sobre a reta a). Clique agora no quinto botão e selecione a função Polígono. Clique no ponto A, depois em B, após C e novamente A. Agora vá no oitavo botão e selecione a opção Área e em seguida clique dentro do nosso triângulo. Ele irá exibir o valor da área do nosso triângulo.
          Clique novamente no primeiro botão e veja que todos os objetos que inserimos podem ser movidos se clicarmos sobre eles e arrastarmos o mouse sem soltar o clique. Para evitar que isto aconteça temos dois métodos. Podemos ocultar o objeto ou fixá-lo. Os pontos A, B, D e E podem ser ocultados. Clique com o botão direito sobre eles e clique em Exibir Objeto. Ou então clique no circulo que há antes de suas coordenadas. Clique agora na reta a com o botão direito, vá em propriedades e marque a opção fixar objeto. Em seguida clique com o botão direito no triângulo e faça o mesmo procedimento. Você pode ainda clicar sobre os lados do triângulo com o botão direito e clicar em Exibir Rótulo caso não queira que seja exibido o nome deste lado.
          Note que agora o único objeto que pode ser alterado é o ponto C. Clique sobre ele e arraste-o sobre a reta a. Veja que o triângulo acompanha o seu vértice e que a área exibida não se altera. Isto é facilmente compreendido pois a área de um triângulo é calculada pela metade do produto entre a sua base e sua altura.
          Você pode ainda desmarcar a opção de fixar objeto da reta a e movê-la para cima e para baixo e verificar a alteração da área do triângulo.
          Uma outra grande vantagem do Geogebra é que é desenvolvido na linguagem java, que apresenta bastante compatibilidade com a internet. Podemos desta forma transportar para páginas de internet os programas que realizamos no Geogebra sem perder o seu dinamismo. Há diversas formas de fazer isso. Para isso basta clicar na guia Arquivo, ir em Exportar e em seguida clicar em Planilha Dinâmica como Página WEB (html). Na janela que abre há algumas opções de exportação de acordo com o fim desejado.
          Para este blog eu cliquei na guia avançado, permiti funções com o botão direito, botão de reinício da construção e exibição da caixa de ferramentas. E no campo inferior direito selecionei Área de Transferência: Google Gadget. Cliquei em Área de trasnferência. Este processo envia à área de transferência todo o código do programa. Colei então o código em um editor de texto e selecionei todo o coneúdo entre <applet> e </applet> e então copiei e colei na edição html deste post.
          Segue abaixo o referido programa:


Sorry, the GeoGebra Applet could not be started. Please make sure that Java 1.4.2 (or later) is installed and active in your browser (Click here to install Java now)

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Geogebra

A partir de agora vamos deixar o winplot de lado e vamos seguir com novos softwares. Hoje vou apresentar o Geogebra.
O Geogebra foi desenvolvido por Markus Hohenwarter na University of Salzburg, na Áustria. É desenvolvido em Java e pode ser usado em diversas plataformas. Clicando aqui você é redirecionado para a página de download do software.
Hohenwarter desenvolveu o geogebra com o intuito de utilizá-lo em sala de aula. É uma excelente ferramenta geométrica permitindo o desenvolvimento de diversos gráficos permitindo alterações dinâmicas destes. Apresenta ainda comandos mais avançados para estudo de vetores, derivações e etc. Mescla assim a representação geométrica e algébrica.
Por esta infinidade de recursos o Geogebra vai além da geometria e se torna um bom recurso para o estudo de álgebra e de cálculo. O Geogebra, além de ser gratuito, é uma boa ferramenta por ser bastante intuitiva e principalmente por permitir que dados sejam alterados de forma dinâmica, tornando perceptível o efeito destas mudanças.
Vou indicar agora alguns sites com tutoriais e exemplos de como o geogebra pode ser utilizado.
Tutoriais de Geogebra. (Link encontrado no Portal de Educação do Estado do Paraná)
Veja na Wikipedia (clicando aqui) mais sobre o Geogebra. Lá há também alguns links com tutoriais e outras informações. Alguns em outros idiomas.
Outra boa fonte sobre o Geogebra é o livro Apendendo Matemática com o Geogebra. De J. Cássio C. Nóbriga e Luis Cláudio L.A.. Pode ser comprado pela internet clicando aqui.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Séries de Maclaurin

          No post de hoje vou falar sobre as séries de Maclaurin. As séries de Maclaurin são um caso particular das séries de Taylor. E estas, por sua vez, têm o seu nome dado por conta de Brook Taylor, que as estudou em 1715.
          As séries de Taylor são compostas por uma somatória infinita de polinômios com coeficientes definidos pelas derivadas em um ponto a de uma f(x) infinitamente derivável. Ou seja:
          Como dito no início, nosso objetivo são as séries de Maclaurin, que é um caso particular das séries de Taylor. As séries de Taylor podem ser chamadas de séries de Maclaurin quando a somatória é feita no ponto a=0. Portanto temos:


          Estas séries são usadas para aproximação da função f(x) no ponto dado. Apresentarei alguns exemplos de diferentes séries de Maclaurin.
          A primeira função que vamos estudar é f(x)=ex. Esta função apresenta todas as suas derivadas iguais, ou seja, f(x)=f’(x)=f’’(x)=...=ex. E f(0)=1. Temos então que a série de Maclaurin M(x) é
M(x)=1 + x + x²/2! + x³/3! + ... + xn/n!.
Vamos utilizar o winplot para verificarmos esta aproximação. Utilizaremos cores diferentes para verificarmos os gráficos das aproximações até o quinto termo.
          Vamos então verificar os gráficos:
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          Veja que à medida que aumentamos a quantidade de termos da série, o gráfico se aproxima do gráfico da função.

          Passemos agora para uma nova função. f(x)=sen(x). O primeiro passo é verificar suas derivadas.
f(x) = f’’’’(x) =sen(x) => f(0)=0
f’(x) = f’’’’’(x) = cos(x) => f’(0)=1
f’’(x) = f’’’’’’(x) = -sen(x) => f’’(0)=0
f’’’(x) = f’’’’’’’(x) = -cos(x) => f’’’(x)=-1
          Temos então M(x)=0 + x + 0x²/2 –x³/6 +0x4/24 + x5/120 + 0x6/720 – x7/5040, ou seja,
          M(x)=x – x3/6 + x5/120 – x7/5040.
          Vamos então verificar os gráficos:
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          Perceba que novamente à medida que aumentamos a quantidade de termos da somatória, mais o gráfico se aproxima do gráfico da função.


           Vamos agora analisar a função f(x)=1/(x-1). Definiremos primeiro as derivadas:
f(0)=-1
f’(x)=-1/(x-1)² => f’(0)=-1
f’’(x)=2/(x-1)³ => f’’(0)=-1
f’’’(x)=-6/(x-1)4 => f’’’(0)=-1
f’’’’(x)=24/(x-1)5 => f’’’’(0)=-1
          Temos então que M(x)=-1 – x – x2 – x3 – x4
          Novamente vamos elaborar os gráficos:

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          Os gráficos novamente indicam a aproximação.
          Perceba que as séries são infinitas e verificamos apenas os primeiros termos da somatória. Este post tem a intenção de apresentar estas séries sem análises mais profundas. Estas séries são estudadas em Cálculo II.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Função Seno no Winplot



          No post desta semana continuarei a explorar o Winplot. Hoje verificarei o comportamento de cada uma das constantes da função seno f(x)=Asen(Bx + C) + D.
          A principio vamos considerar C=D=0 e B=1. Vejamos o comportamento da constante A.
          No post anterior eu mostrei o passo a passo de como inserir funções no winplot. Nenhum novo comando será inserido nesta experiência, por isso não irei detalhar novamente como manusear o Winplot. Apenas uma observação deve ser feita. Para inserir uma função seno, deve ser inserida a palavra sin() e dentro dos parênteses deve ser inserido o conteúdo deste seno (por exemplo: Bx+C).
          Vamos prosseguir. f(x)=Asen(x). Com a variando de A=-1 a 2. O gráfico de cada função estará de uma cor para diferenciarmos a função.
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Veja que a amplitude da senoide é igual ao módulo de A, e que com A assumindo valores negativos, os valores da função assumem sinais opostos.
           Em seguida vamos analisar o comportamento de D. f(x)=sin(x) + D e vamos variar D de 0 a 2.
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          A imagem da função sofre um deslocamento de D. Ou seja, os valores mínimo e máximo da função têm a adição de D e consequentemente o restante da função sofre o mesmo processo. Observe que quando D=0 a função seno tem valores máximo e mínimo iguais a A e –A. Portanto, o valor máximo de uma função é D+|A| e o mínimo D-|A|.
          O Próximo passo é verificar como a constante B afeta o gráfico da função. f(x)=sen(Bx), com B variando de 1 a 3.
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          A função f(x)=sen(x) tem freqüência de 2pi. Verifique que a freqüência da função varia de acordo com o valor de B, ou seja, a freqüência é de 2pi/B.
          Por último vamos analisar o comportamento de C. f(x)=sen(x + C). Variando C de 0 a 2.
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          Veja que em relação à função f(x)=sen(x). O gráfico sofre um deslocamento de –C no eixo x.
          Vamos então recapitular:
A: Define a amplitude do gráfico, sendo |A| esta amplitude.
B: Define a freqüência da função definida por 2pi/B.
C: Desloca a função no eixo x em –C.
D: Desloca a imagem em D. Valor máximo=D+|A|. Valor mínimo=D-|A|.
          Verifique agora o seguinte gráfico:
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          Pelo gráfico, podemos definir qual a função seno? Vamos tentar.
          A imagem da função vai de 1 a 5. Daí temos que a amplitude é 2. Ou seja, |A|=2. Temos que o valor máximo desta função é 5, ou seja, D+|A|=5, logo D=3. Verifique também, que a função tem dois pontos máximos consecutivos em 1 e 5, portanto a freqüência da função é 4. 2pi/B=4, então B=pi/2. Temos então que f(x)=Asen(xpi/2 + C) + 3 com a sendo 2 ou -2. Vamos verificar o ponto (1,5). f(1)=Asen(pi/2 + C) + 3 = 5. Logo, Asen(pi/2 + C) = 2. Como A=2 ou -2, sen(pi/2 + C)=1 ou -1. Pela lógica, se A=-2, então sen(pi/2 + C)=-1. Caso contrário A=2 e sen(pi/2 + C)=1. Vamos verificar as duas possibilidades. Primeiro para A=2.
          Temos então que sen(pi/2 + C)=1. Sabemos que o seno da somatória de dois ângulos se dá por sen(pi/2 + C)= sen(pi/2)cos(C) + cos(pi/2)sen(C).  Isso nos dá que C=0. E teríamos então a seguinte função: f(x)=2sen(pi/2) + 3.
          Para A=-2, temos sen(pi/2 + C)=-1, logo C=pi e teríamos a seguinte função: f(x)=-2sen(pi/2 + pi) + 3.
          Portanto o gráfico apresentado na figura pode ser a representação gráfica de qualquer uma das duas funções. Insira as funções no Winplot e verifique.